Gemem as pálpebras,
abraçam-se os cílios,
e adormecem as sobrancelhas,
expulsando o claro
- escondendo o óbvio.
Adianta-se a lua,
parindo prematuramente
as primeiras estrelas.
Uma, duas, três,
sete...
Sete brilhos natos,
vindos no escuro.
Condicionados desde o umbigo
ao uso de pouca luz.
Transformados em buracos,
não raro, negros.
E até mesmo forçados a esquecer
de sua condição absorvente,
apenas refletem:
desigualdade, miséria...
Esperança?
Movem-se as pálpebras,
implorando o fim do dia.
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