Chego do mercado,
as compras na geladeira
-assim não vencem rápido-
e as embalagens,
jogo fora sem cerimônia.

Sirvo-me de água
no copo descartável.
Enquanto sorvo a transparência do líquido
vivo, automatizo o fim do recipiente:
feito para ir-se. 

Troco a fralda do meu filho,
mais alguns descartes
-como anuncia a embalagem.
As fezes, mal contactam o ar
e se vão; Levo-as ao lixo,
jogo rápido.

Retorno ao quarto:
O bebê está morto.
De novo à lixeira!
Dessa vez trocarei a sacola, PLÁSTICA,
pois muito já se fora hoje
-como se foi o ontem, e se vai o amanhã.

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