Eu robô. Tu robô. Ele robô. Nós robôs. Eles roubaram.

Em linha reta,
traçando o perímetro desse quarto
(tão meu e tão quadrado),
eu sigo.
Vou em frente e moldo
a postura adequada,
pois nessa idade já aprendi
que voltar ou parar
é vil demais para ser humano.

Olho adiante,
sempre e só olho adiante.
Observo meu destino dourado
no horizonte,
pescoço espichado,
nariz alcançando a testa.

Para as palavras,
dedico meus dedos.
Mas não para a comunicação.
Tudo o que digito
é para mostrar
o quanto
sei,
sou,
custo.

Pouco me importam
essas bocas querendo
trocar mais e além;
eu já estou onde elas querem chegar.
Eu, e o Meu Teclado.

Em linha reta,
traçando o perímetro Dele
(tão meu e tão quadrado),
eu sigo.
Vou em frente e moldo
a postura adequada,
pois nessa idade já desaprendi
que voltar ou parar
é humano demais para ser vil.

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