Súplicas de uma alma cheia de mais (Parte I)

Escrevo aqui sem um nome próprio, e sem sequer um corpo... Peguei duas mãos emprestadas para materializar de vez essas palavras que me escapam aos poucos, tempo após tempo... Pedaços de verdades desconexas. Sobras que pousaram aqui, entre uma emoção e outra. Cicatrizes de uma alma desmemoriada, que esqueceu como se esquece o que foi sentido... De uma alma desalinhada, recheada de entendimentos dos gestos alheios, mas pulsante de emoções contrárias a eles. De uma alma, enfim, reprimida pelas próprias tentativas de não reprimir outras almas.

Sentia que precisava ser diferente do que recebia costumeiramente. Gastou infinitos instantes cismando na singularidade dos seus atos, e assim, pisoteou sua sensibilidade. Sovou as emoções, trancou-as no peito e usou lágrimas como fermento.
Transbordou. Queimou. Abatumou. Um excesso a se relacionar com a carência de existência.

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