Perdoa-me se sou poeta

Perdoa-me se sou poeta;

Se perco a fala, não é por despeito,
Apenas evito que meus excessos
percam efeito no peito que é teu.

Se não respondo,
De nada tem com algum chateio.
A culpa é desse instante
que pediu para ser escrito.

Perdoa-me se sou poeta;

Se pareço aflita,
Ou se estou de cara feia,

não vejas como humor barato!
São só essas idéias jovens
que não sabem como cair no papel.

Perdoa-me se sou poeta;

E quando desando a falar
não percas a paciência!
Às vezes é necessário que eu me
permita sair.

E se sou por demais romântica
não seja bobo de encomodar-se,

- aproveitemo-nos -

é só meu coração abobalhado
presenteando-te de verbetes
que foram expulsos da minha alma.

Perdoa-me se sou poeta;

se te faço poema,
e te sugo poesia.
Mas perdoa-me, suave e sempre...
É que me meteram os pés pelas mãos,
e o coração pelo cérebro.

Perdoa-me,
e deixa meu palavreado
entrar.

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